sábado, 12 de novembro de 2011

NÍVEIS DE COMPREENSÃO ESTÉTICA
Há três tipos de pensamento estético, que, por apresentarem-se em ordem crescente de complexidade e sofisticação, são chamados de “níveis” de pensamento ou compreensão estética.
Pode apresentar em uma mesma leitura diferentes níveis de compreensão estética, pois o mesmo não está em um nível determinado, mas faz uso de diferentes idéias para interpretar e julgar o que vê.

O Nível I define-se por características do pensamento concreto na leitura estética, que gera uma interpretação calcada na busca de coisas concretas apresentadas na imagem. O leitor vê seu mundo representado. Crianças da educação infantil e das séries iniciais, por terem, segundo Piaget, o pensamento concreto, possuem esse tipo de leitura.
No pensamento de Nível II, como principal característica, temos a mudança de foco para o mundo interior do artista como principal responsável pela existência da obra. Não é mais o mundo físico quem dita às regras, mas o mundo subjetivo, particular do produtor, que determina a qualidade e a natureza da obra. Nesse nível de pensamento, ao reconhecer a subjetividade do artista, temos uma idéia mais avançada do ponto de vista estético. Cognitivamente o aluno já percebe algo abstrato embora ainda associe esse sentimento a um estado de espírito do artista. Nesse caso ainda estamos diante de uma idéia realística, mesmo que seja a realidade interior do próprio artista que está sendo representada na obra. Ainda há o julgamento do tema e não da obra em si. Além do tema, esse nível de compreensão considera como critério de julgamento a criatividade e a cor relacionada a sentimentos.
No pensamento de Nível II o critério realístico começa a mudar. Ocorre aos poucos a depreciação do realismo fotográfico, que levará ao Nível seguinte, que tem como critério a expressividade da obra.         
Assim, pode-se dizer que o Nível I a arte mostra o sentimento do personagem nela representado,      O Nível II, em que o sentimento representado é o do artista, é um nível intermediário entre o Nível I       O Nível III, em que o sentimento é parte da obra em sua totalidade.
O Nível III é o mais abrangente e sofisticado nele, o leitor pode pensar em possibilidades, em função das habilidades das operações formais. Nesse Nível de compreensão a leitura transcende a concretude das coisas representadas na imagem. Os significados não são mais buscados no mundo como no Nível I, ou na interioridade do artista como no Nível II, agora, eles emergem das subjetividades, do artista e do leitor. Em um primeiro momento, a responsabilidade pela existência da obra está nas mãos do artista. Pensa-se na intencionalidade do autor e depois nos significados dos elementos para o leitor da obra. Em um segundo momento, através de sua consciência reflexiva, o leitor assume uma atitude mais ativa na construção de significados e percebe que as leituras possíveis são múltiplas e ele tem que lidar argumentativamente com diferentes hipóteses.
Ao interpretarmos, buscamos juntar o significado que tinha o artista ao nosso mundo. O significado surge a partir da conexão entre esses dois mundos: o do artista e o do leitor.
A interpretação no Nível III revela o sentido abstrato dos elementos da obra. Há nesse Nível de compreensão a predominância da expressividade da obra em si em detrimento dos atributos do mundo representado. Importa ao leitor se a obra tem uma mensagem, uma idéia que possibilite a reflexão sobre questões importantes. O termo “nível” não serve para caracterizar pessoas e sim pensamentos. Assim, os três níveis podem ser entendidos como uma estrutura que explicita a natureza do desenvolvimento da compreensão estética visual.
Alguns critérios priorizados no julgamento estético no Nível I:

A cor, O tema concreto, O tema abstrato, O realismo, A maestria do artista,
A utilidade da obra.

A LEITURA ESTÉTICA
Serve para abordar uma obra de arte, um cartaz, vídeo, filme, um produto etc. é impossível apreciar, fruir, analisar ou criticar sem lê-la. Toda leitura deve ser embasada em valores e informações inerentes ao produto visual a ser analisado.
Podemos identificar quatro níveis de leitura:
  Perceptual (abordagem imediata da obra como ela nos atinge,através de sua aparência, das sensações que causa das relações perceptivas que dela decorrem, seu processo formativo, suas configurações,nos sentidos compositivos da forma.)
 Referencial (que elementos se utilizam para referenciar-se ao mundo como temas, motivos, representação, universo criativo, repertorio formal)
Relacional (estabelecer relações de ordem histórica, filosófica, estética, social, buscando caracterização explicação e o entendimento. A análise é contextualizada e intermediada pelo conhecimento em desenvolvimento nas diversas áreas do saber humano.
 Conceitual (leitura mediada critica analítica, reflexiva, cujas conceituações serão obtidas dos conhecimentos específicos acumulados por meio da estética).
Referencias bibliográficas
BRASIL. Ministério da educação. Parâmetros curriculares nacionais temas transversais. Ensino Fundamental. Brasília: MEC.1996
BERGER, John. Modos de ver. Rio de Janeiro: Rocco, 1999
ARANTES FILHA, Elizete Devaneio do olhar: uma experiência de produção e leitura da imagem através do vídeo na prática pedagógica. Dissertação de mestrado em educação, 2004. 
BRASIL. Leis. LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação: lei 9.394.ed. Rio de Janeiro: DP&A, 1999.
BOSI, Alfredo. Reflexões sobre a arte. 7. Ed. São Paulo: Ática, 2001.
CASTILHO, Eneide Gonçalves. O ensino da música no contexto escolar. Ver. Online. Bibl. Prof. Joel Martins, campinas. V.2, n. 2, p. 181 – 192, fev. 2001.
MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. São Paulo: Brasiliense, 1994
BARBOSA, Ana Mae. 1999: A Imagem no Ensino da Arte. São Paulo: Perspectiva. 4ªed.

2 comentários:

  1. É adequado citar as referências consultadas para não configurar seu trabalho como plágio.

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  2. É adequado citar as referências consultadas para não configurar seu trabalho como plágio.

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